sábado, 30 de maio de 2009

Não negues, não mintas, eu vi!
Casemiro de Abreu.
Quem dera que sinta as dores
De amores que louco senti!
Viva, acordada, louca, revivi.
Sorriso, esperança, sonho,
Valsam a música do destino.
Seu desatino desafina a melodia,
Mas ainda é dia, e a mente
Rodopia na ilusão que cria
para a esperança tardia
Que tudo permeia.
Tudo pode acontecer,
Só isso preciso crer,
Como se fosse te ver hoje,
Amanhã, após a morte.
É questão de sorte ou de arte.
Toda semana você parte e depois,
Na segunda, retorna
E minha alma suborna a razão.
Fecunda a fantasia
Só para ver nascer o sorriso.
Perco o siso para te crer verdadeiro.
Te vejo faceiro, em busca de escudeiro.
Quixote foi feliz?
A verdade é quem diz
A idade de ser juiz de si mesmo.
Não negues, não mintas, eu vi!
Sobrevivi e agora espero,
Um gesto sincero,
E só quero te rever.
Ter o prazer de fingir que nada senti.
Que nada vi.
Que já escolhi a rota,
Que não dei a volta,
Que não tenho a escolta
Dos teus desprezos,
Que vivo dias felizes
Sem as cicatrizes
Dos ferimentos causados por ti.

Mari Lazzari

2 comentários:

  1. Muito muito muito lindo.
    Espero crescer e me tornar uma poetiza tão boa quanto você na arte de poetizar e usar as palavras com tanta leveza,certeza e sentido como você usa.

    Beijos.

    http://www.maricavalcantii.blogspot.com/

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    1. Obrigada Mari Cavalcante, espero em breve ver seu blog espalhando a tua sensibilidade pelo mundo virtual. Beijos.

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