
Casemiro de Abreu.
Quem dera que sinta as dores
De amores que louco senti!
Viva, acordada, louca, revivi.
Sorriso, esperança, sonho,
Valsam a música do destino.
Seu desatino desafina a melodia,
Mas ainda é dia, e a mente
Rodopia na ilusão que cria
para a esperança tardia
Que tudo permeia.
Tudo pode acontecer,
Só isso preciso crer,
Como se fosse te ver hoje,
Amanhã, após a morte.
É questão de sorte ou de arte.
Toda semana você parte e depois,
Na segunda, retorna
E minha alma suborna a razão.
Fecunda a fantasia
Só para ver nascer o sorriso.
Perco o siso para te crer verdadeiro.
Te vejo faceiro, em busca de escudeiro.
Quixote foi feliz?
A verdade é quem diz
A idade de ser juiz de si mesmo.
Não negues, não mintas, eu vi!
Sobrevivi e agora espero,
Um gesto sincero,
E só quero te rever.
Ter o prazer de fingir que nada senti.
Que nada vi.
Que já escolhi a rota,
Que não dei a volta,
Que não tenho a escolta
Dos teus desprezos,
Que vivo dias felizes
Sem as cicatrizes
Dos ferimentos causados por ti.
Mari Lazzari